sexta-feira, 30 de agosto de 2013

four.


três da manhã, saio do conforto da cama para enfrentar os monstros que me aterrorizam. Deitada, entregue ao vazio do escuro, surgem maiores, com dentes mais afiados e rugidos mais altos: vou-me defendendo como posso. 
Hoje consigo ver todas as criaturas que vivem no meu quarto, saíram em parada, saudação. Recuo um ano no tempo e recordo sentimentos que já tinha esquecido.. volto ao medo, à espera, ao desconhecido. No palco do amor, só os mais persistentes acabam por conhecer os bastidores. Por trás do coração quente e dos olhos ternurentos, residem os apertos, as aflições, as discussões, os contra a parede, os "amanhã não vou", os "deixa-me em paz". Dizem que os bastidores fazem a peça, hoje permitam-me que discorde. Não temos que passar pela dor para conhecer a felicidade. Fodam-se os guiões e os ensaios. Hoje não quero saber das didascálias. Tirem-me o buraco que trago no peito, deixem-me fugir desta realidade. Abram-se as cortinas: deixem o espetáculo continuar. 


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